quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

O ÚNICO DISPARO DE SÍLVIO SILVÉRIO

 
 
 

 
                 Por amor de uma jovem rica da sua aldeia, alistou-se como voluntário na tropa e depois na guerra colonial. De famílias pobres,  o que iria ganhar como furriel havia de lhe proporcionar o casamento com aquela a quem amava até à loucura do desespero.
           Porém, dois anos depois, quando recebeu um aerogama a dizer-lhe que a amada engravidara de outro, enfiou o cano da espingarda-metralhadora FN na boca e premiu o gatilho, sem deixar de amaldiçoar a traidora, que a levasse o diabo para o inferno.
           Sílvio Silvério suicidou-se no norte de Angola, junto às margens do rio Caiulo. Na guerra, o único tiro que disparou foi para se matar.
 
 
    

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