sábado, 12 de abril de 2014

                                           D. Frei, o meu concentrado escrevente

Assim vivo e respiro numa espécie de redoma escrevente. Trago o arcebispo comigo, como já trouxe a dona Esperança de Jesus(Picolina). E o capitão Melquíades Sobral, um heroi feito de lealdades e coerências (que poucos vianenses conhecem,). E Branca Dias, uma heroina do quotidiano, mulher de multicoragens e multidesafios, a primeira mulher dona de um engenho de açúcar.
Escrevo o que tenho de escrever, escrevo o que se me impõe escrever. Escrever, sim, agilizar a mente escrevente através dos dedos disponíveis para a articulação que se exige: a escrevente.
O importante para mim não é tanto o que sei fazer de melhor mas escrever o que sei e como sei, saindo dos meus próprios limites. Dedos escreventes, façam o que vos impõe: escrever.
E como o Criador-dos-Escritos não deve conhecer limites, ele que escreva o que falta escrever. Aquilo que não está escrito, a omissão do escrito, é o que deve ser  escrito. Escrever o que os outros já escreveram não me parece que seja interessante.
Trago-te comigo, d. frei, não aquele que querem fazer de ti santo, mas o homem das audácias, o que desafiou as águas podres de um catolicismo de fachada, conservador e tramontano. Escrevo o que aos meus dedos escreventes se impõe: re-escrever d. frei, esse homem desassossegado e desassossegador. É com estes meus dedos escreventes que vou roubando dias à morte.

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